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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Vício do Homem Natural



O homem é naturalmente viciado. Mesmo que ele não queira, sua inclinação carnal é constantemente acionada, despertando em nós os desejos mais animalescos, desejos estes que apenas nós mesmos conhecemos, e em virtude da razão e da consciência moral os repudiamos e não o fazemos erroneamente.

Escolhi o termo vício por pensar ser a palavra mais adequada para esse tipo de coisa. Mas talvez você se pergunte: Como eu consigo saber que o meu vício é tão horrendo a ponto de querer escondê-lo de outras pessoas? Não seriam eles tão viciados quanto eu? Uma resposta para isso talvez esteja no próprio vício. Kant, na Religião nos limites da simples razão, nos diz que apenas temos esta noção de quão somos inclinados para animalidade (Ef 2:3) quando nos comparamos com outras pessoas, quando nós conferimos valor à opinião do outro. Quando o outro é levado em consideração o vício aparece, se torna nítido para a pessoa. Isso porque tememos que este outro nos seja superior e por isso rivalizamos com este outro por razões de segurança instintiva, protegendo o próprio ego, não aceitando ser igual ou inferior ao outro. O que nos remete ao pecado de Adão no paraíso quando queria ser como Deus, não aceitando sua condição inferior. Talvez tenha sido esse também o erro de Satanás. C.S. Lewis, em Cristianismo puro e simples, identifica esse vício como orgulho ou presunção, que é o oposto a humildade, sendo o primeiro o vício primordial e o segundo o centro da moral cristã. Desse vício, que podemos chamar de primordial, vêm todos os outros vícios carnais do homem natural, e sendo carnais são diabólicos, por exemplo, a inveja, inimizades, ciúmes, iras, discórdias, etc. (Gl 5:19-21).

A luta do Homem Regenerado é justamente contra o Homem Natural. Uma vez que o Espírito Santo tenha levado a consciência moral da Lei transcendente de Deus ao homem, ele passa automaticamente a militar contra a própria natureza (Rm 8:5), esta, por sua vez, viciada pelas inclinações mundanas. Há portanto uma luta da razão contra a natureza carnal, e a razão nesse caso é o próprio Logos encarnado!(Logos: do grego; razão, verbo, palavra. Jo 1:1) Aqui vale citar santo Agostinho quando, nas Confissões, relata a sua luta contra seus próprios desejos. “O inimigo dominava o meu querer, e dele me forjava uma cadeia com que me apertava. Ora, a luxúria provém da vontade perversa; enquanto se serve à luxúria, contrai-se o hábito; e, se não se resiste a um hábito, origina-se uma necessidade.”

Os vícios geram uma necessidade para o homem, parecendo que não conseguirão viver sem eles, o que normalmente resulta em idolatria, quando os vícios são elevados a tão alta importância e dependência que acabam se transformando em divindades. Perceba então que o vício, uma vez gerado, se perpetua no homem. Cada vício gera outro vício.

Portanto nossos vícios, que naturalmente herdamos de geração em geração, só podem ser refreados por alguma ação externa a nós mesmos, pois uma vez que somos dependentes dos vícios, se torna impossível que consigamos escapar deles sozinhos. Se Jesus Cristo, homem sem vícios, por intermédio do Espírito não agir em nós fazendo com que nos regenerássemos jamais poderíamos ter consciência, pela simples razão, da Lei eterna de Deus (Fl 2:13/ Ef 2:8-9/ Rm 5:1) e não a obedeceríamos por boa vontade. Em suma, só podemos escapar de nós se algo que não seja como nós nos salvar. Somente o Totalmente Outro, a saber, Jesus Cristo.

R.N.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Evangelismo sabotado

Procurarei desta vez por meio de uma história fictícia, mas que com toda certeza, já aconteceu com muitos de nós evangélicos que buscam, a cada dia buscar viver as escrituras com o máximo de nossos esforços, explicar um fenômeno que está acontecendo nos dias atuais. O personagem principal se chama Ezequiel, através de sua experiência iremos, na medida do possível, trazer alguma aplicação.
Vamos conhecer a experiência do Ezequiel.
Filho de casal de humanistas - seus pais eram cientistas -  desde sua infância nunca teve interesse em saber sobre religiões ou o próprio Deus. Sempre teve como uma verdade na sua vida que Deus nada mais era que uma construção da sociedade em função da necessidade de explicar acontecimentos até então inexplicáveis.
Durante sua infância e pré adolescência ouvia, de vez em quando seus pais indignados com as atitudes dos “bandidos da fé”, mas não entendia muito bem o que eles queriam dizer; nem se interessou muito pelo assunto. Vezes ou outra, quando trocava de canal na sua TV, ou acessava as redes sociais via algumas coisas de alguns amigos falando sobre Deus e suas maravilhas ou criticas horrendas sobre o que acontecia nos templos onde este Deus era cultuado.
Quando completou 15 anos de idade começou a ter algumas dúvidas sobre temas do evangelho, isso muito em função do testemunho de alguns colegas de turma que tinham comportamento e postura irrepreensíveis e sempre davam glórias a Deus por tudo que faziam ou conquistavam. Movido mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa, procurou pesquisar sobre alguns assuntos relacionados a igrejas evangélicas brasileiras e viu poucas coisas boas, estava difícil não encontrar coisas negativas sobre a igreja.
Após meses vendo que o meio evangélico era tão corrupto, ao contrário dos seus colegas íntegros que via todos os dias, resolveu dar uma chance de conhecer uma igreja para quem sabe se converter e ser como eles, marcou com seus colegas, pois deduziu que lá seria diferente até pelo fato deles serem tão distintos dos cristãos que ele encontrou na internet. O encontro estava marcado. Ezequiel separou um domingo para assistir um culto na esperança de estar errado sobre alguns conceitos que inconscientemente já estava começando a construir sobre as igrejas.
O culto começou bem, após uma palavra inicial, um momento de adoração que até deixou-o emocionado; durou por cerca de uma hora, mas depois aconteceu algumas coisas que ele não entendeu muito bem; ele ouviu dizer que era obra do Espírito Santo então, já que não o conhecia, não se meteu a questionar. Logo após todo aquele “mover” entraram no período do culto que era destinado às ofertas. Ele prestou bastante atenção, pois com base em suas pesquisas via que este momento era o mais polêmico do culto. O pastor ficou cerca de uma hora fazendo apelos para que a oferta fosse entregue, até estipulou valores. Ezequiel, mesmo na sua ignorância percebeu que aquilo não era normal e após ter tido a experiência de pela primeira vez assistir um culto, viu que as coisas que via na internet não estavam muito longe da realidade.
Naquele dia não houve um momento da exposição da palavra, o pastor ficou tanto tempo pedindo ofertas que quando caiu em si, as horas já estavam avançadas. Se não houve exposição bíblica, não houve espaço para o Espírito Santo constrange-lo a ponto de se render aos pés de Cristo. Pelo contrário, ele se tornou um ateu mais convicto e certo que igrejas eram nada mais, nada menos que dutos de corruptos que usam da fé alheia para enriquecer.
De nada adiantou o testemunho dos seus colegas de escola, o seu evangelismo foi sabotado pela própria igreja de que eram membros. Infelizmente isso esta acontecendo cada vez com mais frequência em nosso meio. Não conseguimos mais levar ninguém a nossas igrejas pois sabemos que elas não tem compromisso com a palavra e estão mais preocupados com bens e dinheiro do que com arrependimento de almas.

O que fazer? Mantermos a convicção e esperança que podemos sim mudar o rumo da igreja do nosso país, através da reforma! Afinal de contas, todos nós seremos o futuro delas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A Letra Mata, a Teologia Não!





Muitos crentes acham que muita doutrina, leitura, estudo, esfriam a nossa vida espiritual, pois essas coisas nos levam ao saber e nos afastam do Espírito. E essas mesmas pessoas que dizem isso parecem pensar que espiritualidade deve ser algo separado da mente e do corpo. O próprio apóstolo Paulo fala algo que pode ser usado contra esse tipo de pensamento em 1Coríntios 14:15.

Essas mesmas pessoas costumam sempre citar aquele tão conhecido texto de 2Coríntios 3:6 - “a letra mata, mas o espírito vivifica” – como base para dizer que estudar teologia acaba matando espiritualmente o crente.

Isso na verdade é um erro equivocado, “por não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29). Sempre que esse texto é citado, para combater essa questão, ele nunca é citado inteiro. O versículo completo diz o seguinte: “o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.” Logo vemos que o apóstolo está falando de duas alianças, da lei e da graça. Isso é mostrado em todo contexto, Nos versos 7, 8 e 9, ele faz o mesmo contraste que fez no verso 6 entre letra  e espírito, porém usando palavras diferentes, como ministério da morte e ministério do Espírito, e, ministério da condenação e ministério da justiça.

A palavra letra está significando a lei que foi escrita em pedras e entregue a Moisés (Êx 31:18). Como é dito no verso 7 a respeito do “ministério da morte gravado com letras em pedras.” Por isso a letra mata. É isso que o texto diz. Não tem haver com a questão de que estudar teologia mata.

 Não existe nenhum texto bíblico que proíbe o estudo da palavra de Deus; muito pelo contrário. Temos visto crescer muito o número de crentes que enfatizam mais as experiências com Deus do que ter um conhecimento mais profundo da Palavra. Não estou dizendo que um cristão não possa ter experiências com Deus, pelo contrário, acho que devemos ter sim. Mas devemos lembrar que o povo perece por falta de conhecimento e não por falta de experiências (Os 4:6). E que, o que nos santifica é a palavra (Jo 17:7). Por falta de conhecimento da palavra de Deus muitos são enganados e como ovelhas são atraídos por lobos devoradores.

O pregador de Londres, Charles Spurgeon, em um de seus sermões - chamado Traga os Livros, baseado em 2 Timóteo 4:13 - o qual diz que Paulo, perto de ser condenado a morte, faz a seguinte petição ao seu amado filho na fé, Timóteo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.” – diz o seguinte do apóstolo: “ Ele é inspirado e, todavia, deseja livros! Ele esteve pregando por pelo menos trinta anos e, todavia, deseja livros! Ele tinha visto o Senhor e, todavia, deseja livros!  Ele tinha uma experiência mais ampla que a maioria dos homens e, todavia, deseja livros! Ele tinha sido levado ao terceiro céu, e ouvido coisas que é ilícito aos homens pronunciar e, todavia, deseja livros! Ele tinha escrito a maior parte do Novo Testamento e, todavia, deseja livros!


Meu conselho é que você busque estudar profundamente a palavra de Deus. Busque aprofundar o conhecimento da mesma por meio de algum curso de teologia - nem que seja de nível básico. Leia livros de autores comprometidos com a Escritura. Compre uma boa bíblia de estudo e se deleite ao estudar a Santa Escritura, pois através dela você conhecerá mais e mais a Deus. E lembre-se sempre conheça a palavra, não para se ensoberbecer achando que sabe tudo, mas para agradar a Deus vivendo por modo digno do evangelho de Cristo.

Humildemente, M.F

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Benção e Felicidade

Ser abençoado é sinônimo de ser feliz?



Foi com essa pergunta que comecei a meditar sobre o que é felicidade para nós cristãos. Se de fato nosso propósito nessa terra é ser feliz. Se quando o Senhor nos abençoa e nos dá o encargo de fazermos a boa obra nos traz realmente a felicidade. A resposta que cheguei foi: Nem sempre.


O primeiro exemplo que quero tomar é o do profeta Elias. Um homem extramente usado por Deus, um dos maiores profetas que pisou em Israel, fez milagres e prodígios, mas um a pessoa que era medrosa, insegura, depressiva e que beirava a miséria. Ninguém duvida que Elias era um cara abençoado por Deus, mas quando avaliamos sua vida vemos que não é bem um padrão que gostaríamos de seguir. Era perseguidos por reis, se alimentava nas casas das pobres viúvas, chegou a dormir em cavernas e corvos viam trazer alimento para ele, a angustia chegou a tal ponto que pediu para Deus lhe tirar a vida. Se fossemos olhar com a ótica do nossas tempos (a grosso modo) Elias se passaria por um mendigo maluco que se aproveita de mulheres indefesas. Não é de se estranhar que quando Eliseu pede a porção dobrada da unção de Elias a resposta é: “Dura coisa pediste.”


Outro exemplo é a vida do Apóstolo Paulo que dispensa apresentações, mas também tinha suas dificuldades com a tal felicidade. Mais um abençoado por Deus que passou fome, frio, nudez, perigos em viagens, perseguições, foi apedrejado, sofreu carcere entre muitas outras aflições que ninguém gostaria de passar. Mesmo assim Paulo seguia com a sua missão.


Depois de ponderarmos essas duas histórias façamos um auto-questionamento. Vale a pena ser abençoado por Deus e viver para Ele? Claro!


Mas qual era o segredo desses homens? A resposta é fácil: Eles não buscavam a própria felicidade, na verdade eles não buscavam felicidade terrena alguma! Eles entenderam que eles não estavam na terra para serem felizes. Entenderam que o chamado de Deus exige renuncia de tudo, até da própria felicidade. O que movia eles era a ALEGRIA da salvação. Não algo momentâneo e passageiro.


Um dos maiores problemas não só da cristandade, mas do mundo é procurar uma felicidade que passa. É querer comprar a felicidade como se fosse um objeto numa vitrine. E não saber que a PLENA FELICIDADE não está nessa terra. Por isso vemos tantas pessoas frustradas por achar que a benção de Deus vai trazer felicidade pro resto de suas vidas.


Nosso foco nessa terra não de ser feliz, e sim de aliviar o sofrimento dos outros anunciando as boas novas do reino de Deus, assim como no exemplo de Elias e de Paulo. Essa é a benção de Deus para nós.


O que perturba os anos de juventude e provoca sofrimento… é a busca obsessiva da felicidade com firme suposição de que ela deve ser encontrada nessa vida. A partir daí, surge uma esperança que morre e renasce a cada instante; com ela, vem a insatisfação. Imagens enganosas de uma felicidade vaga com a qual sonhamos desfilam diante de nossos olhos em formas cuidadosamente selecionadas e procuramos em vão sua fonte… Muito se teria a ganhar se juventude fosse instruída e aconselhada a tempo, e conseguisse eliminar de sua mente o conceito errôneo de que o mundo tem muito a lhe oferecer.” - Arthur Schopenhauer

Hb 11:16 “Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade.”


Ec 5:13 “Há um mal terrível que vi debaixo do sol: riquezas acumuladas para infelicidade do seu possuidor. ”


Mt 5:11-12 “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês”.





Humildemente, R.N.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Evangelho Cinderela



É... Certo dia me ofereceram um tal Jesus que faz tudo que eu quero e está sempre disposto a aliviar a minha dor, sarar minhas feridas e me dar muito dinheiro do mundo para passear, curtir, e até negá-lo algumas vezes. Um Deus que não julga e que não tem compromisso com o que está escrito na Palavra que é inspirada nele mesmo(2Tm. 3:16). Um Deus que não está preocupado com o seu vizinho que passa fome mas em sim fazer você esbanjar a ponto de jogar alimento fora.

Infelizmente esse é o Deus que está sendo oferecido nos últimos dias. Se você está curioso e até se interessou por esse Jesus, basta ligar o seu televisor e assistir qualquer programa que tenha alguém falando com uma Bíblia na mão. É bem provável que você o conheça também. Ele é mais famoso que nós possamos imaginar. Paul Washer já nos dizia e alertava em seu livro (10 acusações contra a igreja moderna) que chegaria o tempo em que nas próprias igrejas a Bíblia seria negada de maneira absurda.

O propósito do Senhor Jesus, o Cristo, é que amadureçamos e tenhamos um relacionamento cada vez mais íntimo com Ele. Deus precisa de trabalhadores (Mt. 9:37-8), Servos e filhos. Em contraponto, queremos um Jesus que nos dá descanso, paz( Mt. 10:34) e nos isenta de toda e qualquer responsabilidade. Parafraseando o Pr Samuel Ferreira (Presidente da AD do Brás ) "Cuidado, quem te oferece o Evangelho Cinderela  pode ser o lobo mal". Vigiem irmãos e apeguem-se cada vez mais à Palavra do Senhor. Só ela é capaz de manter os remanescentes firmes e equilibrados(2Tm 4:5).


Graça e Paz!

sábado, 2 de janeiro de 2016

Benditas vacas magras!



Escrevo esse texto em um tom de protesto. A vida não está fácil o "ser evangélico" não é o mesmo de algum tempo atrás. Não sou dos mais experientes, mas nesses meus 18 anos de evangélho observei algumas coisas e cheguei a algumas conclusões. Infelizmente, não tenho boas notícias, as coisas estão muito diferentes. Chegou, ou melhor, já passou da hora de gritarmos e clamarmos por mudanças; apenas Cristo pode nos salvar dessa situação.

Meu intuito aqui é mostrar que há um evangelho de verdade, totalmente oposto ao da prosperidade. Um evangelho que valoriza coisas que os homens não podem tocar ou comprar. Não aguento mais assistir a demonização da falta de recursos e oportunidades na vida. Acredito num Deus soberano, que antes mesmo da fundação do mundo estabeleceu onde cada um de nós chegaríamos. Se você não é rico, não possuí condições de viajar sempre que quiser, não tem sua casa própria, ou um carro zero na garagem te digo isto: Os olhos do Senhor estão em cima de você observando sua postura diante de tudo isso, mesmo assim ele te ama, morreu por você, te escolheu! Este deveria ser o seu maior tesouro!

O mundo está muito aflito nesses últimos tempos, a incerteza domina todos. O que me apavora é perceber que tudo isso também está chegando em nossas igrejas. Confesso que não aguento mais ouvir campanhas de prosperidade, votos de prosperidade, oração de prosperidade. Não acredito que ninguém consegue perceber que Deus quer nos ensinar algo com esse período de "vacas magras" que estamos vivendo. Deus deseja nos levar ao arrependimento!  Ainda há tempo de nos inclinarmos à verdade. sem magias, rituais etc. "Para todas as realizações há um tempo certo..."(Ec. 3:1a).  Chegou o tempo de reconhecer que tempos como este servem para trazer maturidade, e o melhor, separar os oportunistas e interesseiros dos servos fiéis.

O que seria de Israel ou dos irmãos de José se não fossem as vacas magras. Sem elas não haveria a reconciliação de uma família, o momento de escassez trouxe a paz. Precisamos aprender a enxergar os propósitos de Deus que estão por trás dos acontecimentos. Deus não está "pesando a mão sobre você"; você não está "sendo alvo das investidas do inimigo"; não há nada de errado com você meu irmão, Deus está apenas querendo levar você para o amadurecimento.

O fazendeiro da terra de Uz, o popular Jó, era muito rico, tinha tudo o que precisava. Poderia, se fosse hoje, escrever um livro ensinando aos pobres desinformados como prosperar em 15 dias, ou sair por aí apresentando um seminário distribuindo "a unção da riqueza" ou coisas piores.Porém, mesmo com tudo isso, lhe faltava algo e só após passar por um período de vacas magras ele pôde dizer que "...meus ouvidos já tinham ouvido falar a teu respeito;contudo,agora, meus olhos te contemplam!"(Jó 42:5).  vejam como essas vacas são bençãos para nossas vidas!

Se você que leu este texto e acredita que Deus nos escolheu para sermos ricos, prosperar(financeiramente) e nos dar tudo o que há de bom (na concepção humana), te convido a ir em alguns povoados africanos, onde pessoas não tem o que comer e vestir mas mesmo assim declaram "não tenho roupa, não tenho comida mas tenho Jesus" à acreditarem que elas são amaldiçoadas e precisam ser libertos, com um auxílio de uma oferta poderosa e desatadora, é claro. Ou conversarem com missionários que largaram faculdade, família, aconchego, paz e mordomia, para irem às nações contando com a provisão de Deus todos os dias. Ou meditar em alguns textos bíblicos como: 2Co 9:7 e 9;  Rm 14:17; Mt 6:33; Pv. 11:16 e Pv 11:4.

Muitos acreditam num evangelho de frases e receitas mágicas, acredito que esses dois casos bíblicos e alguns versículos, podem ter convencido a você que o evangelho não é este mar de rosas que andam pregando por aí. Mas é uma vida regida debaixo da permissão e controle divino.

"Quando a flecha está no ar diz: 'sou livre!' mas o arqueiro sabe qual será o seu destino."
Meditem e pare de lutar para viver uma vida de bonança e plena paz, Deus te escolheu para o sofrimento e renúncia. Pegue sua cruz e siga-o!

Graça e Paz!